22 de dezembro de 2009

Varal novo




Verão tá aqui, colorido... 2010 tá logo ali, apressado...

Fiquei com vontade de trocar tudo e troquei! Espero que gostem. Se não gostaram, eu troco. Mas é preciso dizer que não gostou, comentar, essas coisas... O topo tá sem varal por enquanto, tô tentando desenhar outro. Tá dificil!

O que eu quero mesmo é logo-2010. Mais do que eu quis 2009, 2008, 2007... Nele eu lanço meu primeiro livro. Isso é um marco! Eu já escrevi o PÉ DE ALGUMA COISA PEDE OUTRA faz um tempo, em 2007. Ele nasceu do meu primeiro poema numa Oficina de Criação Literária. Comecei bem e quero continuar assim. Por essa razão, vou trabalhar muito em 2010, mais do que em 2009. Promessa de fim de ano, ó!! Vou ler muito, viver muito, conversar muito, pra escrever muito. Quem sabe não sai uma segunda publicação ainda em 2010? Tô torcendo! É como a Rosa Montero diz no seu A LOUCA DA CASA:

"(...) nossa fome de leitores é uma avidez profunda que nunca se sacia, uma exigência sem limites que beira a loucura(...)"

Tô faminta: nhac!



7 de dezembro de 2009

varal vizinho IV




incógnita


para que serve
uma janela
se falta um olhar
que a atravesse
e espraie
onde a vista
se aguça
abolindo tudo
se falta um
assim sem mais
ma sem suprimir
o que avessa
ou devassa
a incógnita
ademais
de que adianta
trancar a porta
quando se elide
as paredes?


De Rodrigo Guimarães, no livro OBJETO ALGUM (Editora 7 Letras), vencedor do Prêmio Governo de Minas Gerais 2008.

3 de dezembro de 2009

bilhete no varal I





Querido anônimo: admiro sua coragem em querer saber quem sou, mas não consigo imitá-la. Por isso, este bilhete por dentro do vão da porta é grande ousadia para mim. Eu preferiria o vão da janela, mas elas estão muito cerradas ultimamente; eu também. Porém, atendo ao apelo do seu silêncio e ofereço um meu-segredo: amo as janelas. Entenda que o fato de amá-las diz quase tudo sobre mim... resta-nos saber se sua amizade compreende o discurso daquilo que não foi dito.





2 de dezembro de 2009

varal de namorado




Eu quero namorado para dar um livro de presente. E até sábado passado, o livro não tinha nome, como o namorado. Mas agora ele já tem. O livro, claro, porque o do namorado eu ainda não sei. A História Rocambolesca de Madame Valesca é de amor. Num livro de 32 páginas e poucas palavras. É um livro infantil.


Aliás, acho uma maravilha presentear adulto com livro infantil. Significa que você acredita na criança que a pessoa protege dentro do coração dela. Isso é raríssimo nos dias de hoje.

Quando você presenteia um adulto com um livro desses, está dizendo: você é raro, especial! É um namorado assim que eu quero: raro, especial. Eu posso! Por isso espero... espero mesmo! Afinal, com um livro desses não se pode presentear qualquer pessoa.





O livro é do Jonas Ribeiro e da Tatiana Paiva (Callis).

1 de dezembro de 2009

varal de novembro

Novembro foi apaixonante:

Ezequiel Theodoro, Fabricio Carpinejar, Antonio Fagundes, César Obeid... Homens que esbanjam talento e afeto naquilo que fazem. Dizer qualquer palavra aprisionaria o vivido. Como disse o Fabricio, "a verdade é inverossímil"...

Ah! Teve também Nice Lopes, Mô Amorim e Zill... eba!

Então, novembro se foi. Que venha dezembro com suas luzes e boas novas!

24 de novembro de 2009

varal de organza e desafios

Quinta é dia de Regina Gulla e sábado de César Obeid.




Regina é a criadora do Ateliê Gato-de-Máscara e escritora dos livros O ZELADOR DE SONHOS e A PELE DOS LIVROS (ambos da Editora DCL). Ela lança o CONTOS DE ORGANZA na Livraria da Vila, dia 26/11.



César é escritor de livros em cordel, como RIMAS SABOROSAS (Editora Moderna) e O VALENTE DOMADOR (Scipione). Ele lança DESAFIOS DE CORDEL (FTD) também na Livraria da Vila, dia 28/11.


Dois queridos! Eu vou, vamos???

22 de novembro de 2009

varal ardido de bom

Sou fã da Índigo! Por quê? Leia e saberás...






Esse varal simpático é capa do primeiro livro dela que eu li. COBRAS EM COMPOTA é ardido de bom e faz parte da I Coleção Literatura para Todos. O meu PÉ DE ALGUMA COISA PEDE OUTRA fará parte da II Coleção Literatura para Todos. Dá pra entender como é chique esse negócio? Eu e Índigo na mesmo coleção? Nem adianta me beliscar que já fiquei roxa de saber que estou acordada!



21 de novembro de 2009

varal em construção

Sweet-sweet november...



Novembro é mês-meu! Espero que ele acabe bem-me-quer igual o de 2008. Assim que ele terminar, eu conto!




Por enquanto, penduro o varal-escondido nessa tela fantástica de Anne Siems. Beleza gentilmente emprestada pela artista ao meu blog. Thanks Anne!

12 de novembro de 2009

varal dos Laranjeiras

Bem, agora é fato: a família laranjeira da árvore aqui da frente está de brincadeira comigo!

A princípio, pensei que fosse farra de mãe e filho. Depois, até me emocionei em pensar que fosse o pobre sabiazinho aprendendo a voar. Finalmente, acreditei na sandice de que eles gostavam de ler o que vivo a digitar.

Mas, hoje, eu tive a certeza: quando lascam o corpo voador na janela de vidro, eles brincam de me assustar - pelas costas!

O que eu fiz?

Deixei um bilhete no post-it do meu monitor:

Fium, fiiuu, fium, fiiii... Fium! (que quer dizer: eu já saquei... parem de me assustar que escrevo sobre vocês no meu blog!)

Pararam! Eu bem tinha percebido que a família gostava de uma publicidade...

5 de novembro de 2009

varal de adeus




"Choveu grosso aqui! Estou encharcada de solidão". Foi só o que ela disse; queria mostrar indiferença ao não-querer dele.





4 de novembro de 2009

2 de novembro de 2009

varal de saudade






Ela suspirou o nome dele e despertou a saudade. Ele continuou adormecido no longe. É que a saudade escuta a vibração do amor com o ar; e ele só escuta o que vem de fora.






29 de outubro de 2009

varal da Stella




Hoje a saudade bateu à minha porta. Não que ela já não estivesse me rondando. Mas hoje ela foi aguçada pelos sentidos e entrou de vez. A vida tem me presenteado com pessoas de valor inestimável. Vez em quando elas aparecem pelas asas da tecnologia, outras vezes de forma inusitada. Foi assim com a Stella, em apenas alguns dias de pouca convivência em Natal. Não sei se por razão da euforia de receber meu primeiro prêmio ou se pelo jeitinho mineiro pra lá de acolhedor, eu me agarrei à Stella como a uma mãe generosa e descansei meus mil e um medos, angústias e ansiedades. Ela me acolheu: "somos amiguinhas de infância, Vivi!"... Quase um ano se passou e muitos ainda passarão. Quem sabe nos veremos muito ou pouco? De qualquer forma, está tudo registrado aqui, num espaço nobre e raro da minha gratidão.


Graças a Deus, conhecer Stella não é exclusividade minha. Caso você queira, pode saber tudinho sobre ela aqui.



22 de outubro de 2009

varal precioso


Hoje eu curti o silêncio:

Deixei ele exposto às relíquias do sol e não adormeci. Respeitei a sua necessidade de tempo e expus minhas feridas. Ele registrou em mim as palavras exigidas pelo bom senso. Eu acariciei sua nova textura. Ele me respondeu com a energia da grama a iluminar meus pés. Eu dancei sua ausência. Ele profetizou meu poema: vive!

21 de outubro de 2009

varal do vizinho Pamuk



"O segredo do escritor não é a inspiração - pois nunca fica claro de onde ela vem -, mas a sua teimosia, a sua paciência." Orhan Pamuk





Eu sigo assim: teimando com paciência...
Um dia eu chego lá! Mesmo que o "lá" seja aqui no meu varal.

20 de outubro de 2009

varal de visitantes

Tenho percebido (coisas da tecnologia!) que algumas pessoas visitam o varal de casa com frequência, mas quase nunca se identificam... São visitantes não só do Brasil, mas de outros países como Portugal, Reino Unido, Bolívia, Estados Unidos!

Peço que vocês pendurem um recadinho no varal, só pra eu poder chamá-los pelo nome, oferecer um café, um chá, ou simplesmente um abraço!


Pássaros Libertos
(Helena Kolody)

Palavras são pássaros,
Voaram!
Não nos pertencem mais.

17 de outubro de 2009

varal de pensamentos dos mais variados tipos

Você percebe que é um ser-pensante-escritor-compulsivo quando está tomando mocaccino no shopping e rascunhando coisas para o seu blog:

Rascunho 1: Toda palavra produz uma imagem em mim. A poesia traduz essas imagens em sensações.;

Rascunho 2: Entrei na loja de departamentos, percebi estampada na flor da minha lapela a informação "não tenho dinheiro, não posso comprar", senti um certo constrangimento, parei e fiquei arquitentando este post;

Rascunho 3: Estive na livraria e conclui que livro lacrado a sete durex é sinônimo de pecado;

Rascunho 4: Continuei na livraria e - com a mesma informação na flor da minha lapela - descobri uma nova forma de leitura pelo passar dos dedos. Nessa eu encontrei um livro de imagens feitas com eles (os dedos), mas ele também estava lacrado e fiquei só no dedo mesmo!

Rascunho 5: Estou num café escrevendo em guardanapos com a caneta da mocinha do caixa que fez cara de quem não compreende uma escritora compulsiva sem papel e caneta na bolsa.

28 de setembro de 2009

pedaço de um varal

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Em uma fração de solidão, ela dançou uma valsa ao som do choro soturno da recém-nascida. Desde que sua vizinha deu à luz, a dança tem sido sua mais fiel companhia.
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26 de setembro de 2009

varal da vizinha (Lya Luft)

Sina

Quando eu era menina,
a verdade parecia estar nos livros:
ali moravam as respostas
e nasciam os nomes.

Quanto mais procurei,
mais me perdi
na trilha das indagações:
as respostas não vinham,
a verdade era miragem,
a busca era melhor que a
descoberta,
e nunca se chegava.

(Viver era mesmo sentir
aquela fome)


Poema de Lya Luft, do livro Para não dizer adeus, Editora Record.

24 de setembro de 2009

14 de setembro de 2009

varal de quase primavera



Primavera chegando e eu querendo cada vez mais emprestar todo o blog do Walther para cá! Essas imagens exalam o perfume da doce e silenciosa manhã que está para chegar...



Varal do Walther: wmsbooks.blogspot.com

12 de setembro de 2009

varal da minha boneca

Não é segredo para ninguém minha paixão por desenhar! É claro que a intensidade desse apaixonamento não é correspondida pela competência nem pela habilidade. Masssss, paixão gera teimosia, e teimosia eu trago desde minha adolescência onde inventava de ser estilista e fazia infinitos modelitos malucos e charmosos.
Enfim, já faz algum tempo que encasquetei de descobrir a minha boneca escondida no papel. Rabisquei atéééé... e nada! Cheguei a pensar que sua existência era invenção da minha cabeça. Mas, ufa!, ela existe e hoje resolveu dar as caras... Aproveitei o ensejo e já fiz uma porção de irmãs para ela. Tão fofas! Assim que eu tiver coragem, apresento elas por aqui!
Meu filho gostou, mas ele está sob suspeita, né?

3 de setembro de 2009

varal em porto


Foi assim: não deu pra torcer o tempo e o pendurei escorrendo mesmo. Inundou o quintal inteiro! Pensei em ter um troço, mas não tive. O tempo é sempre assim, mesmo que eu torça bem, ele escorre. O bacana foi que a inundação trouxe um barco de papel que estava navegando nas cores de um ciruelo... Bom pro tempo, melhor pra mim!





2 de setembro de 2009

varal de uma certa indiferença


MADRUGADA

: entre as lágrimas e o chão da Praça da República há o arrependimento. Ele habita na fração de um segundo, mas é longo como uma vida de nove anos. Ele é volátil e logo desaparece entre o saco de cola e as passadas da indiferença que caminha por ali. O seu esconderijo? Está entre o veredicto de ser adulto e a esperança de um dia ser criança.

26 de agosto de 2009

varal de A Terceira Margem do Rio

Saudades... do curso, do meu pai, da outra margem de mim!




MEU RIO
(na terceira margem de mim)


ordeiro do tempo da outra margem
cumpridor de mim
enfim de tudo
o há-de-vir

cumpridor da sina de não ser
violento no não querer
morto no fim de mim
o aberto-em-dor

cumpridor da ordem de morrer
ordeiro da arte do caos de ter
enfim de mim
o-que-não-queria-dizer

(além
do rio,
de si,
da voz silenciada,
da rouquidão em espera)

a noite-do-dia-primeiro
o não-poder-ser-perfeito

manco-sem-mão
coração-no-pé

ali
afundado na canoa
do bem querer a todos
mesmo os doidos

varal de feltros e mais feltros

Eu sou gamada em feltros, bordados, costuras e rendas. Por isso inventei um selo aqui para o blog: "caixa de costura"! Quando eu publicar um poema ou uma cena com o tema, eu "plaft" colo o selo!


É, vai entender! Coisas minhas...

A verdade é que feltros, bordados, costuras e rendas são um lugar de descanso para mim. Existe um mistério que liga a escrita e os aviamentos. Ana Maria Machado consegue explicar isso direitinho em alguns de seus textos.

Quando a Regina Gulla (minha iniciadora na arte da escrita) me mostrou as árvores de Natal em feltro que ela fez com o mesmo cuidado que escreve, eu me senti bem acompanhada...


3 lugares em que eu descanso:



















25 de agosto de 2009

varal de sextilha apaixonada



Eu costuro a saudade

num tecido estampado
e urdo com uma fita
o meu nome do seu lado;
e você se apaixona
enfeitando meu bordado.



varal de manhãs


Ouve-se o espreguiçar do colibri.

Ouve-se o estraçalhar do mar
em partes indivisas.

Ouve-se o ressono da manhã,
o palpitar das vidas.

21 de agosto de 2009

19 de agosto de 2009

varal vizinho e de cavoucados buraquinhos

Quem nunca se sentiu atraído por um furinho de roupa querendo crescer? Quando criança eu não resistia a eles. Agora eu só resisto quando lembro que me custará preço de roupa nova...

Um poema da vizinha:


até o fundo


eu cavoucava o barulhinho
das coisas
eu cutucava pedras
eu machucava a terra
eu revolvia os veios
dos troncos
eu escavava até o fundo
a mudez de um junco


(Poema de Vera Lúcia Oliveira, do livro Entre as junturas dos ossos, da Coleção Literatura Para Todos)

17 de agosto de 2009

varal de esperança

Ela não podia evitar: os pés molhados pelo sofrimento denunciavam o quanto aquela manhã era esperada. A noite - vagarosamente - escondia-se na medida em que os pés tornavam-se enxutos, ensolarados e sorridentes. Ainda é assim.

16 de agosto de 2009

varal do Mapa Cultural Paulista

Nesse fim de semana aconteceu a mostra dos representantes da cidade de Cubatão no Mapa Cultural Paulista. Eu estive lá para apresentar o meu texto: Cordel do Poeta da Alma Brasileira. Porém, eu não estive sozinha! Fui muito bem acompanhada pela melodia da Roseli Fontes (minha prima). Tenho certeza que dessa parceria nascerá um trabalho muito bacana!

Essa foto saiu tão embaçada, mas não pude deixar de colocá-la aqui:


Eu tenho muito orgulho de representar minha cidade homenageando um escritor também cubatense. Tanto que esse texto é parte de um projeto, o AFONSO SCHMIDT pelo cordel, no aguardo de patrocínio para tornar-se um livro lindamente ilustrado pelo escritor e ilustrador Walther Moreira-Santos.

Uma estrofe desse cordel em construção:


Hoje eu venho pedir
toda sua atenção
para falar de um homem
orgulho de Cubatão.
Afonso é o seu nome,
Scmidt, o sobrenome:
foi do mundo cidadão.


Agora é só torcer pela fase regional do Mapa Cultural (19 de setembro) e pelo patrocínio!

varal da Assunção


O Silêncio gerador da Palavra

elevou-se e ilumina o vazio.

12 de agosto de 2009

A brisa da saudade das palavras sacudidas no varal irrompe meu silêncio fecundo e absorto na vida.

28 de julho de 2009

varal de limerique

Eu tenho o sonho de publicar um livro recheado de limeriques... assim, muitas pessoas se sentirão como eu me sinto quando os faço e leio: ligadinha no 220w de tanta alegria!...


limerique de um limerique


Limerique é poema curto,
divertido, sonoro e astuto.
Com rima gostosa,
forma curiosa,
agrada a criança e o adulto.

outros varais II

Pra quem gosta de flor e papel:

Papéis por todo o lado

Flor de papel

27 de julho de 2009

outros varais I

Agora eu vou fazer assim: sempre que adicionar um novo site ou blog no meu "outros varais", vou anotar aqui. Não são apenas endereços eletrônicos, são endereços eletrônicos que revelam vidas e palavras que fico muito feliz de conhecer.

Hoje eu faço duas inclusões:

Escritureira (simplesmente por me fazer sentir e por amar as cartas, como eu!)

Caquis Caídos (por me fazer querer ler, ler e ler...)

20 de julho de 2009

varal de Cordel e São João

Enfeitam de fé, as cores,
a festa de São João;
com frestas de chão chorado
e preces no coração;
com espasmos de alegria
e esperança que irradia
de um povo, a devoção.

Foto: Miguel Rezende

10 de julho de 2009

rabisco do vizinho

Hoje é aniversário do meu filhote! Há 12 anos nascia um ser humano incrível, sobretudo um grande artista! Agradeço a meu pai que me ofertou o ser-artista para que eu pudesse ofertá-lo ao meu filho:

Pidão, por Matheus Veiga.

9 de julho de 2009

varal de feriado


Eu me revezo entre:


Fazer fuxico pra ganhar dinheiro;
Fazer verso pra não perder a mão;
Fazer métrica pra ganhar um prêmio;
Fazer prece pra ganhar coração.

8 de julho de 2009

chita de varal





Pendurei o varal na chita
pra banhar de cor e sol
minhas palavras.


varal XVII

Eu fui comprar ovos e lembrei que estou apaixonada:

Caixa de ovos

Eu pego leve pra não fazer
creck-creck no seu coração

mas você não sente ovos,
sente bolhas de sabão:

pluft!

26 de junho de 2009

varal de Schmidt

Como Afonso Schmidt (ilustre escritor), eu nasci em Santos mas sou cubatense e ponto final! Por isso, com bastante alegria, serei (com mais um tanto de gente) representante da minha querida cidade no Mapa Cultural do Estado. A minha categoria é Literatura (poesia) e participei com um cordel sobre Schmidt.

Eu tenho outros projetos para este texto (ainda em construção), mas representar Cubatão na fase regional é bem banaca.



Aqui dá pra ver a notícia completa.

varal vizinho III

Não posso negar... eu gosto de fuçar as metáforas da Rita Apoena, no Jornal das Pequenas Coisas.

Num desses momentos de bisbilhotagem, achei uma sobre o aborto que não poderia deixar de colocar aqui (obrigada pela troca, Rita!):


E naquele dia,
o seu filho nasceu para dentro.
E quanto mais o tempo passava,
mais o menino crescia:
esbarrando no seu coração.



É, é verdade: eu amo e defendo a vida!!!

22 de junho de 2009

varal XVI

Enquanto o estilhaçar no choro da menina despertava meus sentidos, uma muralha de areia fina ergueu-se ao seu redor. A cena me prendia pela esperança brilhante nos olhos que tateavam a névoa em busca do porto seguro. A mulher venceu o tempo, o espaço, a muralha; os braços entrelaçaram-se no silêncio sagrado; e eu compreendi a paz.


A Pamela viu a mesma cena que eu e fez essa belíssima ilustração.
Tem mais vida dela aqui: www.pfacco2.blogspot.com.
Obrigada, Pamela!

20 de junho de 2009

16 de junho de 2009

varal da Adélia

Não há quem resista à poesia de Adélia...

No dia 15 de junho eu assumi meu lado tiete e fui lá: conversei, pedi autógrafo, tirei fotos e admirei cada palavra pronuciada por Adélia Prado!!


Foto: Débora Alves Neto

Adélia exala poesia e sensibilidade: "No Céu - os militantes, os triunfantes e os padecentes - seremos todos amantes..."

Não há mais o que dizer, só sentir na minha memória esse momento poético que vivi!

De Adélia Prado, do livro Bagagem (sua primeira obra publicada):


PARA CANTAR COM O SALTÉRIO

Te espero desde o ocre mel de marimbondos da minha juventude.
Desde quando falei, vou ser cruzado, acompanhar bandeiras,
ser Maria Bonita no bando de Lampião, Anita ou Joana,
desde as brutalidades da minha fé sem dúvidas.
Te espero e não me canso, desde, até agora e para sempre,
amado que virá para pôr a sua mão na minha testa
e inventar com sua boca de verdade
o meu nome para mim.


Saiba mais sobre a presença de Adélia em Cubatão aqui.

roupa suja II

Ser pai e mãe é de uma responsabilidade sem igual: alimentar, educar, cuidar da saúde... Isto pra mencionar os mais básicos dos cuidados básicos. Mas há uma responsabilidade que muitos nem consideram como tal: a escolha do nome.

Você pode marcar - ou não - a vida de um ser humano ao dar um nome a ele. Eu não estou falando de significados e coisas desse tipo, mas do nome mesmo e do consequente relacionamento que a pessoa estabelecerá - o resto da vida, diga-se - com ele.

O lugar onde trabalho é especialíssimo para me deparar com essas escolhas trágicas - já que as boas pouco se repara - de alguns pais. Hoje foi um momento desses. Uma pena não poder colocar essa obra-prima aqui. Mas posso fazer uma réplica: "Integrante dos Beatles" Severino Marcolino da Silva... Coitadinho!!!


Por falar em nomes, tem um que flutua em meus pensamentos desde ontem: Adélia. Isto mesmo, a Prado. Conheci, finalmente, esta artífice da beleza divina que ilumina e reflete meu lado de dentro. Enquanto não falo desse encontro coletivo, deixo uma foto dela presenteando a todos com suas idéias, Drummond e Adélia...



Por falar em Adélia, pais, filhos e "resto da vida", lembrei de uma palavra em hebraico que gosto muito: Rahamin (clique aqui e veja o que ela esconde).

11 de junho de 2009

varal ESPECIAL

Clique na imagem para vê-la em tamanho grande!



Uma homenagem que faço (com a ajuda de Walther Moreira Santos - Ilustrador-Generoso) à querida Maria Paola! Não conseguiria dizer nada a não ser desta forma... para os pequenos...

Saiba mas sobre ela e o "lugar" onde meu coração bate mais forte aqui: www.misericordia.com.br

7 de junho de 2009

varal XIV

Mais uma caixa do meu relicário:

Caixa de Sapato

Eu fico chato
quando tiro de dentro
da caixa de sapato
meu pedaço briguento...

Ninguém me aguenta,
nem eu me aguento!

Então volto
meu pedaço briguento
pra caixa de sapato.

Mesmo assim,
eu continuo chato
por um bom tempo!

4 de junho de 2009

varal XIII

Eu coleciono caixas! Então, criei um relicário para guardar todas elas...


Caixa de jóias

Teus brilhantes
enfeitam o céu
- azul queimado -
do meu acalanto.

24 de maio de 2009

varal XII

Não sou ilustradora, mas tenho essa pretensão. Quando? Não dá para precisar. Eu sei que hoje não. Amanhã também não...

A verdade é que as imagens fluem em mim, mas não consigo traduzí-las com minhas mãos. Falta tudo!

Daí, eu pego o caderno e tento descobrir as palavras que estão ali na imagem escondida no vazio pautado. A expectativa é de que alguém sinta o seu pulsar.

Vou vivendo assim, cheia de imagens que não sei produzir, mas posso sentir...

23 de maio de 2009

varal vizinho II

Eu amo ganhar presentes, principalmente quando eles são corações que batem colorido.

A vida sabe disso e vez em quando me presenteia com corações em embalagens belíssimas!

Um dos últimos foi o César Obeid, coração colorido, cheio de paz, que bate no ritmo do Cordel. Uma delícia de ouvir!

Com ele, numa turbulência de avião, descobri que meu coração pode bater no ritmo do Cordel também.

Coração de artista é multifacetado e o dele começou a bater no ritmo dos limeriques (minha paixão...). E bate muuuuito bem, como tudo o que ele faz.

Olha só:


Eu faço uma estrofe sem pane
para a querida Viviane,
de escrita encantada,
porém se zangada
é mais brava que o Zidane...


Conheça o coração dele aqui: www.teatrodecordel.com.br

21 de maio de 2009

varal XI

Logo que sentei na poltrona de fazer poemas (já estava com saudades...), veio a memória, quentinha, dos tempos de escrever sério (disso eu não tenho saudades).

Porém, mais quente ainda foi a memória que chegou coberta de pasta de amendoim: "Agora é diferente, escrever é brincadeira! Dá pra escrever sem se divertir?"

"De jeito nenhum!", pensei eu respondendo à memória com um sorriso guloso!

Depois, eu acordei com um pensamento fixo: "Quero desenhar poesia do jeitinho que o Walther ilustra a vida!"

É assim, ó:

18 de maio de 2009

14 de maio de 2009

Arrumando o fio II

A poesia é! E é desde sempre à espera do poeta...
Poeta é quem respeita essa condição e se permite descobrir o que o poema silenciou na palavra.

1 de março de 2009

rabisco I - goiabeira de dia...

varal VII

limerique da goiabeira que visito na minha janela todo dia:

O verde e o amarelo em mistura:
um ruído de fruta madura.
Com seu farfalhar,
aroma o ar,
desdobra o poema em alcunha.

varal VI

Voltei...
Ato primeiro:
silenciar

Tateei com o olhar
as palavras que deixei
e não reconheço
minhas

Pulsei minha mania
de negar autoria
e faço-me poetisa-sem-obra
ainda.

11 de janeiro de 2009

varal V

É outono no meu criado-mudo.
A chuva de ouro do quintal da minha tia se desflora no canto do meu quarto. Uma xícara de café - em vaso - espera a próxima primavera que vou comprar no supermercado ou na floricultura.