20 de agosto de 2011

varal do Farofa

Meu namorado e eu somos amigos há 6 anos e namoramos há 1. Ele é clown e também se chama Farofa. Um pouquinho antes de começarmos a namorar - e de descobrir que ele era o homem da minha vida - eu escrevi este texto em homenagem a seu palhaço:


"Eu sou amiga de um clown.
É uma amizade à distância aproximada de 165 quilômetros! O que não fere em nada nosso relacionamento, já que o pulsar da sua alma extrapola todo tipo de distância.
Ele sempre está por aqui, mesmo quando o aroma do seu paradoxo não se faz sentir. Ele é um alquimista de sensações humanas. A alegria e a tristeza são apenas detalhes do que ele realmente pode transformar com sutileza e perseverança: vidas.
Meu amigo e eu nunca fomos apresentados formalmente. Apenas temos um amigo em comum. O que para um clown é mais do que suficiente, porque ele tem a capacidade de estreitar laços onde sequer haja um fio.
O seu pisar e o mirar através do carmesim-nariz unem o imaginário ao real e tudo se torna possível. Por isso o transpor das distâncias e a ruptura das formalidades. O clown é um místico.
O nome do meu amigo denuncia sua personalidade multiplicadora. Ele é quase onipresente. Tem a possibilidade de estar em muitos lugares. Não todos. Onde há um só grão de sua mistura, todo ele está lá!
Pode parecer redundante, mas o Farofa, além de ser clown, é também especial. A sua “especificidade” extrapola àquela inerente à sua espécie. É uma raridade.
A bem da verdade, ele nunca se dirigiu diretamente a mim. Não me lembro de termos trocado sequer palavras, menos ainda olhares. Mas ele existe e eu sei, do que mais eu preciso? A mim, basta isso: a singular existência do seu sorriso.
Viviane Veiga Távora
29/03/2010".