26 de agosto de 2009

varal de A Terceira Margem do Rio

Saudades... do curso, do meu pai, da outra margem de mim!




MEU RIO
(na terceira margem de mim)


ordeiro do tempo da outra margem
cumpridor de mim
enfim de tudo
o há-de-vir

cumpridor da sina de não ser
violento no não querer
morto no fim de mim
o aberto-em-dor

cumpridor da ordem de morrer
ordeiro da arte do caos de ter
enfim de mim
o-que-não-queria-dizer

(além
do rio,
de si,
da voz silenciada,
da rouquidão em espera)

a noite-do-dia-primeiro
o não-poder-ser-perfeito

manco-sem-mão
coração-no-pé

ali
afundado na canoa
do bem querer a todos
mesmo os doidos

varal de feltros e mais feltros

Eu sou gamada em feltros, bordados, costuras e rendas. Por isso inventei um selo aqui para o blog: "caixa de costura"! Quando eu publicar um poema ou uma cena com o tema, eu "plaft" colo o selo!


É, vai entender! Coisas minhas...

A verdade é que feltros, bordados, costuras e rendas são um lugar de descanso para mim. Existe um mistério que liga a escrita e os aviamentos. Ana Maria Machado consegue explicar isso direitinho em alguns de seus textos.

Quando a Regina Gulla (minha iniciadora na arte da escrita) me mostrou as árvores de Natal em feltro que ela fez com o mesmo cuidado que escreve, eu me senti bem acompanhada...


3 lugares em que eu descanso:



















25 de agosto de 2009

varal de sextilha apaixonada



Eu costuro a saudade

num tecido estampado
e urdo com uma fita
o meu nome do seu lado;
e você se apaixona
enfeitando meu bordado.



varal de manhãs


Ouve-se o espreguiçar do colibri.

Ouve-se o estraçalhar do mar
em partes indivisas.

Ouve-se o ressono da manhã,
o palpitar das vidas.

21 de agosto de 2009

19 de agosto de 2009

varal vizinho e de cavoucados buraquinhos

Quem nunca se sentiu atraído por um furinho de roupa querendo crescer? Quando criança eu não resistia a eles. Agora eu só resisto quando lembro que me custará preço de roupa nova...

Um poema da vizinha:


até o fundo


eu cavoucava o barulhinho
das coisas
eu cutucava pedras
eu machucava a terra
eu revolvia os veios
dos troncos
eu escavava até o fundo
a mudez de um junco


(Poema de Vera Lúcia Oliveira, do livro Entre as junturas dos ossos, da Coleção Literatura Para Todos)

17 de agosto de 2009

varal de esperança

Ela não podia evitar: os pés molhados pelo sofrimento denunciavam o quanto aquela manhã era esperada. A noite - vagarosamente - escondia-se na medida em que os pés tornavam-se enxutos, ensolarados e sorridentes. Ainda é assim.

16 de agosto de 2009

varal do Mapa Cultural Paulista

Nesse fim de semana aconteceu a mostra dos representantes da cidade de Cubatão no Mapa Cultural Paulista. Eu estive lá para apresentar o meu texto: Cordel do Poeta da Alma Brasileira. Porém, eu não estive sozinha! Fui muito bem acompanhada pela melodia da Roseli Fontes (minha prima). Tenho certeza que dessa parceria nascerá um trabalho muito bacana!

Essa foto saiu tão embaçada, mas não pude deixar de colocá-la aqui:


Eu tenho muito orgulho de representar minha cidade homenageando um escritor também cubatense. Tanto que esse texto é parte de um projeto, o AFONSO SCHMIDT pelo cordel, no aguardo de patrocínio para tornar-se um livro lindamente ilustrado pelo escritor e ilustrador Walther Moreira-Santos.

Uma estrofe desse cordel em construção:


Hoje eu venho pedir
toda sua atenção
para falar de um homem
orgulho de Cubatão.
Afonso é o seu nome,
Scmidt, o sobrenome:
foi do mundo cidadão.


Agora é só torcer pela fase regional do Mapa Cultural (19 de setembro) e pelo patrocínio!

varal da Assunção


O Silêncio gerador da Palavra

elevou-se e ilumina o vazio.

12 de agosto de 2009

A brisa da saudade das palavras sacudidas no varal irrompe meu silêncio fecundo e absorto na vida.