31 de dezembro de 2010

2011

Vou terminar 2010 e começar 2011 com dois artistas que admiro muito: Walther Moreira Santos e Adélia Prado. Adélia me-reflete com as palavras e Walther me-ilumina com lápis de cor, tinta acrílica e colagem sobre o papel.

Imagem dele e poema dela:




PENSAMENTOS À JANELA


O que durante o dia foi pressa e murmuração
a boca da noite comeu.
Estrelas na escuridão são ícones potentes.
Como oráculos bíblicos,
os paradoxos da física me confortam.
Sou um corpo e respiro.
Suspeito poder viver
com meio prato e água.


(Do livro A DURAÇÃO DO DIA, Editora Record.)


2011 abundante de vida pra você!

28 de dezembro de 2010

2008, 2009, 2010...

O varal começou assim...


...e já foi assim também... 



2011, como será? Garanto: cheio de novidades!

22 de dezembro de 2010

Varal 2010/2011

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Um NATAL de Vento Forte e um ANO NOVO de formiga pra você!


Há dois dias observo: formigas carregando uma das pernas de uma barata. Elas já tentaram de tudo. Pela janela. Pelo corredor. Pelo vão velho da porta. Pela parede. E, com certeza, por lugares que eu não vi nas 16 horas em que não estou no meu trabalho. Ou ainda nas 7 horas e meia que não estou no banheiro. Elas não desistem.

Hoje, começaram a carregar, também, uma migalha de pão que caiu no corredor. Pelo visto, tá  difícil levar a perna, mas elas não desistem! Porém, a visão continua ampla. Não estão obcecadas. Dividiram forças para levar o pão.

Quero mesmo que em 2011 possa ser assim! Que você não desista da perna da barata. Persista por seus sonhos. Mas que também não perca a visão geral da vida, procure alternativas, caminhos diferentes ,que te farão feliz também.

E neste Natal, desejo mesmo que o Vento Forte do nascimento de Jesus sacuda sua vida com o Amor Salvífico que só Deus mesmo pode nos dar.

Vento Forte e ano novo formigável pra você!

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15 de dezembro de 2010

varal de cordel

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Feliz da vida com um novo prêmio: Prêmio MAIS CULTURA de Literatura de Cordel - Edição Patativa do Assaré, do Ministério da Cultura!

Teresinha, Teresinha...

Em breve você poderá conferir... Peraí!

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4 de dezembro de 2010

varal de Panapaná!

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Quebrando o silêncio da língua que o gato comeu: mais um projeto aprovado na área! Mais um com minha amiga Ana Cristina. É o PANAPANÁ e você não perde por esperar!!!

Ah! E tem a Nice Lopes com as ilustras... ai, ai...

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15 de novembro de 2010

varal da "UME Rui Barbosa" - tarde

Na II Jornada Cultural da UME Rui Barbosa, escola do município de Cubatão, eu também me encontrei com duas turmas de adolescentes! Eles me ensinaram muito...

Eles também criaram quatro limeriques. O primeiro foi sobre o tema do projeto semestral da escola, o segundo foi um limerique de reclamação, o terceiro foi sobre algo que gostam e o quarto a Pamela fez um sobre o Restart, sua banda preferida!!!

Respeito é uma coisa sem par
que todos devemos usar,
que todos gostamos,
e se praticamos,
felizes podemos ficar.

Não aguento mais isso, não:
essa falta de educação!
E se respeitarmos,
respeito teremos
e as brigas acabarão.

Eu gosto de música ouvir
pois ela me faz sentir
emoção e prazer,
além de fazer
minha alma se divertir.

Olhe bem quem estava lá
quem eu acabara de avistar
os gatos da banda
que a Pamela ama:
Restart acabou de chegar.



No fim da oficina, conversei com eles sobre a importância de valorizarem a escola e de se valorizarem dentro da escola. E contei sobre como são algumas escolas em paises africanos de extrema pobreza: nas pedras, embaixo das árvores.

12 de novembro de 2010

varal da "UME Rui Barbosa" - manhã

Hoje eu vivi uma jornada na II Jornada Cultural da Unidade Municipal de Ensino Rui Barbosa.

Além de conhecer pessoas especiais (dirigentes, educadores, promotores da cultura, crianças e adolescentes), eu fiz e ajudei a fazer muito limeriques. Na verdade, eu fui um objeto meramente decorativo, porque criativos são os escritores daquele colégio.

Parabéns aos alunos, à diretora Suely, Rosa, Artaxerxes, professoras...


Eis aqui a obra dos artistas:


Turma 1 - 4. ano A (Professora Gisele Helena)

(Antonio Cardoso dos Santos, Beatriz de Medeiros Silva, Brenda Rocha da Silva Mendes, Bruna Ferreira Ribeiro, Denilson Santana da Silva, Esthefany Cristina Santos da Silva, Gabriela Campos de Lira, Higor Nascimento Moreira, Isabelli Farias Schoroepfer, Jhenifer da Silva Martins, João Pedro dos Santos Leite, Juan River da Silva Rodrigues, Lucas Miranda Carvalho, Luis Henrique Ferreira, Matheus Henrique dos Santos Conceição, Paulo Ricardo Galdino Santana, Steffany Cristina da Silva Bispo, Henrique da Silva Santos)

A batata já sabe voar
pra panela onde vai se assar.
Ah! Pobre coitada,
levou uma dentada
"das pontas do ouriço do mar!"

A mesa quer fazer côco
deixando na sala o fedor.
Pobre professora,
que com a vassoura,
sambou e depois desmaiou.

O coelho se escondeu no espelho
e ficou com cara de joelho
com uma caneleira
e um pé de torneira
tornou-se um grande artilheiro.

O cachorro sabe remar
mas não aprendeu a nadar...
Com as suas asas
voltou para casa
e depois dormiu no sofá.


Turma 2 - 4. ano B (Professora Rosângela)

(Alex Sandro Vieira Junior, Alexandre Lopes Soares, Allan Brian Machado Teixeira, Amanda Arantes de Araujo, Ana Cristina de Oliveira Carmelindo, Ana Karolina Salenave da Silva, Danilo Donato Ferreira de Mesquita, Douglas Roberto de Oliveira Souza, Fabricio Lopes de Barros Souza, Gabriel Aleixo Benvindo, Gilliard Marinho do Nascimento, Giovanna Ferreira da Silva, Guilhermy Brayan dos S. Aleixo da Silva, Jhonatan Santos Moreira de Assis, João Marcos de Chantal, João Pedro da Motta Ferreira, Milene Dantas da Silva Vito, Mykaelle Costa Leite, Samanta Pereira Gomes, Tathyelle Ferreira Salvador, Vitória de Jesus Rodrigues de Oliveira, Whillian da Silva de Sousa)


Uma sereia é bonita
se enfeita com muitas fitas.
Quando olha no espelho
parece um coelho
com uma coroa florida.

Em uma cidade distante
tem um milhão de elefantes.
Todos são pesados
e muito pirados
descansam sobre um barbante.

Se um macaco é curioso
e gosta de chá com repolho,
é pipoqueiro,
muito encrenqueiro
uma fábrica de piolho.

Uma girafa é colorida
e também muito extrovertida,
e tem um nariz
como um chafariz
e tem patas de margaridas.


Em breve as fotos dessas turminhas por aqui!!! Bom fim de semana!

1 de novembro de 2010

varal confessional

Não me derruba a ferida
aberta e o prurido
dos dedos
denunciantes.

O que me-faz-queda
é o furo de agulha
que esconde meu vão
e olhar no abismo.

27 de outubro de 2010

Vai um danoninho ai?



Ando pensando bastante sobre o ser escritor.

"Qual o problema em dizer: ´eu sou escritora!´?".

É o que me pergunto há alguns dias. Não vejo receio  nem frecsura em se assumir engenheiro, nem professor ou tradutor, nem escultor, nem juiz, nem promotor, nem cozinheiro ou eletricista, por exemplo. Também não vejo a aura de magia e misticismo que algumas pessoas enxergam ao redor do "ser escritor".

Pra mim é assim: trabalho braçal! Eu trabalho dura e arduamente com as palavras. Ah, e me divirto com elas também. Se um juiz ou tradutor não se diverte ao trabalhar, fazer o quê? Ossos do ofício! Nem sempre eu me divirto também, só 99% das vezes...

Além disso, o escritor ganha um danoninho por livro vendido. Ó que delícia! E ganha silêncios também! 

Sabe aquele silêncio garimpado?

Assim: você faz "xiiiiii" e o barulho permanece. Você grita: "cri-an-ças, silêncio, por favor!". Você às vezes até esquece do "por favor". Você inventa dinâmica pra eles prestarem atenção no que vai dizer...e? Nada do silêncio aparecer.

É então quando ser escritor vale a pena. Você pega um livro e sacode os versos na peneira. Voilà! A pepita do silêncio surge e os olhos brilham. Eles gostam de poesia, minha gente, eles gostam mais do que das palavras soltas! Eles gostam das grades da rima, do ritmo, do som, da brincadeira...

Puxa vida, eu sou escritora. E se eu fizer meu trabalho direitinho e alguém abrir e ler um livro meu, eu ainda sou garimpeira de silêncio e brilho no olho, pode?

Ahhh, parei com essa bobagem: sou escritora, sim! Vai encarar?

18 de outubro de 2010

varal de: "vamos lá, gente, espero vocês!"







Dia 24 (domingo):
20:30 horas: Apresentação da Instalação Multimídia “Relicário de Cicatrizes”

Dia 25 (segunda-feira):
14:00 horas: Bate-papo com a escritora Mônica Amorim e a ilustradora Nice Lopes sobre o livro “A Nuvem Vermelha”.

Dia 26 (terça-feira):
15:00 horas: Oficina de Limeriques (*) com a escritora Viviane Veiga Távora e exposição de poemas do livro de sua autoria “Mareliques da Praia Louca” (livro voltado ao público infantil – vencedor do Proac – Programa de Incentivo a Cultura do Governo do Estado). Local: Biblioteca Municipal

Bora lá? Não me deixem só... será divertido!!!


19:30 horas: Encontro com os escritores Marcelo Ariel, autor de “Conversas com Emily Dickinson” e Cícero Gilmar Lopes, autor de O livro das Respostas para todas as Perguntas.

Dia 27 (quarta-feira):
15:00 horas: Bate-papo com o escritor Roberto Melchior (autor dos livros “Pelos Caminhos do Brasil” e “Id e Eu no Caminho de Santiago”).

(*) Limeriques são um tipo de poema bem curto. Eles falam de coisas malucas e têm sempre cinco versos. A primeira, a segunda e a quinta linhas terminam com a mesma rima. Já a terceira e a quarta são mais curtas e rimam diferentes das outras.

15 de outubro de 2010

12 de outubro de 2010

Feliz dia das Crianças pra nós!




Imagem daqui.


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Minha infância foi de areia, capim e quintal
 
e uma fôrma de bolo, uma amiga e um inimigo
                        pra fazer reta, cozinhar e não subir o muro
 

e uma janela com sol a pino
                        pra imaginar e suar a alma
 

e um corredor velho
                        pra correr sem medo de machucar o chão


quando o cheiro de queimado
escapulia do forno e denunciava: 
terra queimada pro almoço!


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3 de setembro de 2010

varal sustenido

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e todo esse sol
e esse nada de mar

penduro no varal
pra secar a saudade
cavoucada no ar

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1 de setembro de 2010

varal sob um fio de sol

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todo-o-dia é muito inteiro
todo-dia é muita luta

e o tempo
alcança o todo intenso
antes do dia-amanhã


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24 de agosto de 2010

varal de bons ventos

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Bons ventos trazem notícias frescas da Cidade Maravilhosa...

Foi assim: abri o Diário Oficial enquanto o google me ajudava a descobrir o vencedor do Prêmio Barco a Vapor 2010.

No D.O. eu encontrei mais um prêmio que eu ganhei. Desta vez em parceria com minha amiga Ana Cristina Araujo: Prêmio FUNARTE de Interações Estéticas nos Pontos de Cultura. O Projeto é para alunos de EJA: Literatura Para Todos no Dique.

Ao mesmo tempo o google achou a Stella, minha amiguinha-de-infância, como vencedora do Barco a Vapor 2010. E parabéns pra ela!!!


Haja chá de camomila, meu Deus!

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14 de agosto de 2010

varal de coincidências II



Esse vídeo simpático encontrei quando percebi uma coincidência: os dois livros que estou terminando de escrever - os primeiros em uma prosa longa - tem uma referência sobre bailarina! É verdade que de uma forma pouco convencional, mas as bailarinas estão lá.

Então, lembrei da Rosa Montero, no A Louca da Casa, que é minha leitura de cabeceira junto com a Biblia, os livros da Adélia, o Dicionário de Rimas e o de Sinônimo e Antônimos. A Rosa fala de um certo elemento que está inserido em todas as narrativas do escritor. Cada um tem um! O dela seria a presença constante da figura de um anão. Sobretudo os protagonistas. 

Só pensei mesmo. Porque nem tenho obra suficiente para achar o tal elemento, menos ainda pra pensar que seja a bendita bailiarina, ou a dança. Foi só coincidência mesmo. Uma coincidência que me fez reencontrar A Bailarina da Cecilia e a Ciranda da Bailarina do Chico. Bom demais!


7 de agosto de 2010

varal de coincidências - com adendo em 09/08/2010

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Eu sempre fui uma fã comedida. Nunca dei chilique. Nem escrevi metros e metros de EU TE AMO. Mesmo com os Menudos, nunca gritei amor eterno! O que mostra que é um jeito-meu-de -ser antigo. Nada conquistado com a maturidade.

E continuo assim: admiro à distância. Num anonimato que me permite, vez ou outra, uma extravagância. Como com a Adélia e o Carpinejar quando eles estiveram bem pertinho de mim. E este de agora...

Sou fã da Índigo, não escondo de ninguém. Todo santo-dia-que-tem-post, eu leio o blog Vida no Campo. Já li praticamente todos seus livros publicados. E hoje me dou um luxo: depois desses anos de admiração platônica, sinto que posso me aproximar um pouco. Nada de ursinhos de pelúcia pelo Correios. Só a manifestação pública de coincidências: sim, eu e a Índigo temos coisas em comum!

  1. Vencemos o mesmo concurso - Literatura Para Todos (ainda que em edições diferentes);
  2. Temos livros publicados na mesma Coleção (a do Concurso supramencionado);
  3. Vencemos um outro mesmo Concurso e logo teremos livros publicados com o mesmo apoio cultural (ProAC/SP);
  4. Torcemos pela mesma Seleção: Santos Futebol Clube;
  5. E por enquanto é só...

Uma extravaganciazinha de nada, tá? Só pra levantar meu ânimo e seguir em frente...



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Adendo ao post em 09/08/2010

Para TU-DO! Percebo que há mais que coincidências entre a Índigo e eu: há sincronismo! Lá no Vida do Campo a mulher não me escreveu que o livro "O Menino do Dedo Verde" a impressionou aos 12 anos? Hã? E qual era o meu livro preferido quando criança? Meu primeiro livro lido vezes e vezes seguidas por ser o único à minha disposição? Pois é...

Pra completar a tietagem vou lá dizer isso pra ela, tá?

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5 de agosto de 2010

varal republicado







seus olhos
bolhas de sabão
onde escondo
meus sonhos
pluft!











(republicada por necessidade de expressão!!)

4 de agosto de 2010

Veni!

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Pérola daqui.



Veni Creator Spiritus!
Há barro no jardim.
Há ferida na ostra
- entre os lados.
E há um meu-brilho-frio
à espera do Teu-Fogo-Amor:
Veni!


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21 de julho de 2010

varal de uma praia muito louca!

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Prêmio novinho aqui, ó:


Tá lá, na página 91 do Diário Oficial Executivo I: Viviane Veiga Távora. Sou uma das ganhadoras (junto com gente talentosíssima de tirar o chapéu) do Edital ProAC 8, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Um premiozaço literário, como disse um colega.

Agora tem uma certa burocracia: abre envelope 1 (tomara que tenha mandado os documentos direitinho); manda pro secretário; aguarda recurso; homologa; assina contrato... Mas, tá lá: ganhei! Eba!

Ontem sambei tomando chá de camomila, pra acalmar e conseguir dormir...

O livro é mesmo lindo. Não foi escrito, foi construído durante anos e anos... começou numa praia, com uma cadernetinha. Não queria mergulhar no mar, mergulhei na imaginação. Eu nem sabia que seria escritora pra valer!

O livro ficou mais lindo quando o Walther adotou e ilustrou, de uma vez... Disse que não conseguia parar de ilustrar! Vindo dele, é tipo... Jabuti! (rs)

Tomara que você goste de ler. Uns 7 meses, tá? Espera aí!


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20 de julho de 2010

varal dele

:

O seu verbo principal não é amar. O seu principal verbo é o ver. Ele me vê. Eu não lembro na história dos meus dias alguém que me visse assim, como ele. Ele vê tudo e me antecipa aquilo que verei. Ele não acha, não desconfia, não julga a partir de si, ele vê! E depois, só depois, ama. E me amar, depois de me ver, é mesmo uma loucura. E ele me mostra isso quando vai tirando os fiapinhos de pele do meu rosto. Ele me diz com os dedos: "eu te amo mesmo com as sobras; e te ajudo a ficar íntegra, limpa". Com ele eu posso ser. Não preciso mascarar o verbo com adjetivos. Eu sou! E a única máscara que eu uso é para os cílios. E mesmo assim ele me volta a falar com os dedos, limpando os fragmentos caídos na pálpebra: "eu vejo também os cílios que derrubaram esse rímel. Eu vejo tudo, eu amo tudo!".

Assim, ele continua vendo, eu sendo. Ele é um homem incomum. É o Zé que toda mulher precisava de ter. E eu? Mudo de verbo e vejo a Adélia que posso ser nos olhos dele.

:

27 de junho de 2010

varal de tudo-de-bom

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Vocês viram uma nuvem vermelha por aí? Não se assustem, é apenas mais uma das belezas de Nice e Mô; só que potencializada pelo "juntas". Eu ainda não devorei. Mas posso garantir: vai adorar!



A Nuvem Vermelha, de Mô Amorim e Nice Lopes. Editora Adonis.

Compre aqui.
Mô Amorim .
Nice Lopes acolá.


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10 de junho de 2010

varal de todo mundo devia...

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Todo pedaço de tarde no domingo devia acolher um sagrado escondido em pão; ou chá com bolo e prosa. Toda vida devia conhecer seu sentido e aproveitá-lo abundantemente. Todo homem devia se chamar Zé e ser simples-amor. Toda mulher devia de ter um Zé e também um pouco de Adélia.


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1 de junho de 2010

varal de auto-revisão

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Eu escrevo como visto roupa, depois lavo e penduro no varal.

Sou recém-nascida, em fase de crescimento. Mas tenho personalidade. Choro grande quando a roupa não me agrada. Não há quem me faça vestir alguns cueiros. Mas, às vezes passa, fazer o quê? Foi!

Logo-logo cresço e escolho como quem sabe o que. Por enquanto sou assim, estilo "a descobrir" ou "espere-e-verás"...

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29 de maio de 2010

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Hoje acordei com ânsia de cor. Quem me dera de base as buganvilias da Adélia, branco leite grosso! E uma violeta pendurada no peito pra enfeitar minha alegria... Podia ser também uma tulipa vermelha de dar gosto de amar mais, viver mais, sorrir de canto no pensamento, e mais... sempre mais! Aceito também, e de bom grado, uma cor de rosa múltipla, de matar saudade no espinho, no doce e na beleza que só pode ser Divina, meu Deus, só pode ser tua! Amém.


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28 de maio de 2010

varal de pré-natal II

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Ô fiote difícil de nascer... O Pé de Alguma Coisa Pede Outra está pronto! Segundo fontes seguras e governamentais, está muito bonito e foi muito elogiado.

Mas como alguém pode ter visto a cara dele, assim, antes de mim? E ainda elogiá-lo? Mãe nenhuma aguenta isso!

Bom, o importante é que ele sai... Ele verá a luz dos olhos leitores depois do tão disputado pleito eleitoral de outubro. Assim espero!

Enquanto isso sabe o que eu tô fazendo? Um montão de coisas, mas a melhor delas é acompanhar o Walther (magnífico) ilustrar outro livro meu. Nome secreto, cheiro-de-mar... delícia! Torce comigo! Assim logo-logo ele aumentará a família...


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23 de maio de 2010

varal sem-abandono

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O Varal não está abandonado, não! É que as palavras estão todas concentradas em outros varais-secretos e logo-logo aparecem por aqui.

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9 de maio de 2010

varal de um dia chamado três-de-maio

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Toda história tem dois lados, pelo menos: o de quem leu e o de quem escreveu. Dias desses, ouvi uma. Final previamente conhecido:

_O mocinho morre no fina-al, lá-lá-lá-lá-láa-lá!

Foi o que disse minha consciência me-zombando antes mesmo do "Era uma vez...".

E o mocinho morreu mesmo! E o pseudo-bandido ficou lá, todo prosa.

O mocinho, antes de cumprir o destino escolhido pelo escritor, ficou todo verso e solfejou:

_Mas será o desfecho desta história o fim de TUDO?

O autor não soube responder e calou o bandido. Só não conseguiu calar o leitor.


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5 de maio de 2010

4 de maio de 2010

varal de pré-natal

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Vai nascer! Foi o que revelou o resultado pré-natal dessa semana: ele nascerá! Dele eu só conheço o mexerico dentro das minhas entranhas. Não sei a cara e nem a cor, só sei das palavras. O parto está marcado para meados do ano. Eu, escritora-de-primeira-viagem, só acredito LENDO. Mas tenho fé!

Eu sou toda espera e expectativa...

Quem leu, gostou. Mas eu quero mais quem goste, mais quem leia e reescreva o que eu não consegui dizer e fazer.

Em breve, eu publico aqui um ultrassom dele com o dedo do PÉ na boca!

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27 de abril de 2010

varal atemporal


O tempo anda danado que só ele. Hoje me puxou a cadeira - empoeirada por ele mesmo –, sorriu um minuto, fez graça com os meses e quase esqueceu que são anos. Às vezes ele emburrece. Esquece de tudo. Até de ser ele. Eu não. Lembro todo santo-segundo-de-cada-dia que ele-é! Depois, o tempo ajeitou o calendário, analisou os acontecimentos recém-descobertos, pediu que eu sentasse um pouco mais e es-correu pra outro amor.




22 de abril de 2010

varal, simplesmente varal...

Foto daqui.

Talvez seja mesmo assim: eu te limpo com meu coração, tu me arrumas com teu sim. É como descarrilar as asas de um pássaro que quase chegava à estação. E morreria ali. À espera lilás daquilo que não. Talvez seja mesmo isso: o amor não escolhe parada, só um trilho pra poder voar.

21 de abril de 2010

varal assim

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Eu só vou se for de verde
e só voo se for no branco.

Que se abra só um meu-pedaço
se abraço um inteiro-instante.

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varal da revista

Clique (2x) na imagem para ler o texto!


Todo mês eu penduro um texto meu na Revista Aliança de Misericórdia, Movimento do qual eu faço parte com TODO meu coração. No mês de março tivemos um texto super especial, com uma ilustração belíssima da ilustradora Simone Matias que, generosamente, contribuiu conosco. Um arraso, né?!?


20 de abril de 2010

17 de abril de 2010

bilhete no varal VI

Querido você: encontramos a exceção! Hoje a natureza contrariou-se em favor-nosso. Descobri tua-e-minha música. Sim, ela chegou antes de você: o som mais veloz que a luz; o sabor antes do aroma; a certeza ante a espera. O poder de uma revolução...





Imagem daqui.


8 de abril de 2010

bilhete no varal V

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Querido você: preste atenção! Ontem deixei um bilhete pelo vão da porta, mas ela estava aberta e bem disposta para outro olhar...
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5 de abril de 2010

varal daqui

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Um lugar chamado Meu




meu-morar é paradoxo abismal:
serras de industrial-rijeza;
mangues de pobreza-movediça;


................................ (mas é meu!).

4 de abril de 2010

varal novo

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Eu deito ensombrada
e ressurjo deserto,
reflorestada
de magma e silêncios.





varal sweet-sweet-life


A Páscoa é mesmo assim: feliz páscoa pra lá, chocolate pra cá (sempre!) e coelhinhos animados pra todos os lados... Com as felicitações e os coelhos, não tenho a mínima ideia do que fazer. Mas, com os chocolatinhos eu tive uma sacada genial: adoçar a vida!

Eu sei, nada original. Mas muito atual. Talvez hoje seja o dia de des-amargar a vida, o humor, a noticia, os desejos, a alma, o corpo e o coração. Hoje, quem sabe, seja a hora certa de querer fazer tudo diferente, olhar mais pro lado e pré-ocupar-se com quem está lá, fora de nós.

Talvez um dia eu consiga ser mais clara, mais iluminada, mais direta que isso. Talvez seja hoje: que tal parar de pensar somente em si e fazer algo concreto por aqueles que sofrem?

Ai, doeu? Tudo bem, pega um docinho (e pensa bem nisso)... Pra te ajudar, dá uma olhadinha aqui. Quem sabe você não se atreve?

Ah, feliz páscoa! Amanhã eu volto com a poesia...

3 de abril de 2010

varal de PÉ

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Do Pé de alguma coisa pede outra eu só posso dizer que eles disseram isso aqui, ó:


"Tome, minha segunda infância é totalmente sua. Só não empresto minha mãe." Fabricio Carpinejar


"Enredado e curioso pela sequência de poemas, fui levado a criar na minha mente múltiplas imagens, como se da sintaxe das palavras brotassem cenas, situações, lembranças, arranjos, etc na minha mente. Algumas dessas imagens me levaram a ser menino novamente (...)" Ezequiel Theodoro da Silva


Tá bom, né? Logo, logo ele sai e você poderá emprestar a segunda infância do Farbricio e voltar a ser menino como o Ezequiel ... E eu ficarei feliz, feliz!!!


2 de abril de 2010

varal volátil

Ela guardou no vapor seu afeto. Depois revelou ser todo dele. Ele expirou gelado, mas foi tarde demais.



Foto (Paulo Calafate) daqui.

26 de março de 2010

varal de calor suave















Eu quero uma parede branca só pra mim.
Então dançarei teu vento
ácido e transporei a sarça
ardente da tua espera.

13 de março de 2010

bilhete no varal IV

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Querido você: as palavras ainda não chegaram. Leva tempo. É que elas são basicamente som e prisão de significados. Ou não. A verdade é que já posso ver o clarão do seu olhar ao expandi-las na direção do meu-sentir. Tenha paciência, elas chegarão. Então, eu saberei o tamanho do querer que o tempo construiu sem saber.
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24 de fevereiro de 2010

varal de ahhhhh...

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Rebobina os dias e me deixa repousar em teu olhar outra vez...
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varal refrigerador

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Enquanto os dias permanecem quentes e cortantes, eu dou uma refrigerada no layout do blog. Quem sabe o calor não se empolga e ameniza também?
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16 de fevereiro de 2010

bilhete no varal III




Querido você: não esqueça de avisar quando se descobrir meu. Tenho uma caixa de cartas sem remetente, mas com destino certo: o seu olhar. Eu sempre te-soube com hora marcada e desconhecida. Como teu nome, endereço, idade e jeito de sorrir. O básico do mistério. O resto é jeito e acolhida.



9 de fevereiro de 2010

12 de janeiro de 2010

bilhete no varal II





Querida Martina: agradeço o bilhete carinhoso. Tenho certeza que as palavras tocaram o papel na expectativa de me elogiarem. Mas num país onde os leitores são tão pouco numerosos, dizer que o melhor e maior atrativo de uma mulher é a escrita, pode soar como uma afronta. Retribuo o elogio! Com carinho, M.




11 de janeiro de 2010

varal da Arrogância (apesar dela não merecer)




Hoje eu conheci a Arrogância. É claro que ela se apresenta com outro nome, mas não posso revelá-lo. Além de me deixar estarrecida, a Arrogância me fez refletir. A reflexão trouxe uma imagem: a Arrogância habita o mais profundo abismo, mas pensa que habita o topo! Então, a pobrezinha olha para baixo e vê o que? Nada! Daí confirma-se o que ela já suspeitava: abaixo do brilho dela, só uma multidão de escuridão sem valor e luz: nós. Coitadinha!





8 de janeiro de 2010

varal de mais um dia





Pé direito, pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo... e lá estava ela, em mais uma situação corriqueira; mas com o coração saracuteando no peito aberto pra descobrir-se inacabada.






3 de janeiro de 2010

varal de domingo



Agora, domingo é dia de tweet favorito (acho! por enquanto!). Como eu decidi isso no sábado, não tinha uma vasta lista para escolher. Mesmo que tivesse, esse do Walcyr ganharia de longe... Sem razão, nem explicação: apenas identificaçao imediata! Coisas da palavra!

2 de janeiro de 2010

varal de sábado




Hoje é o primeiro sábado de 2010. E nesse ano, sábado será dia de imagem. Começo com uma foto amadora ao extremo, mas muito significativa para mim. São meu pés diante de uma gruta, há exatos 4 anos. Pé ante pé, o ano novo chega por aqui.