2 de junho de 2011

A poesia me salvou e ainda há!

O meu lugar de decanso se chama Adélia dos Prados Verdejantes, e isto não escondo de ninguém! Hoje refresco os ares do blog com um dos meus poemas preferidos. Eita mulher que me faz eu mesma à sua imagem e semelhança, meu Deus!

GUIA

A poesia me salvará.
Falo constrangida, porque só Jesus
Cristo é o Salvador, conforme escreveu
um homem - sem coação alguma -
atrás de um crucifixo que trouxe de lembrança
de Congonhas do Campo.
No entanto, repito, a poesia me salvará.
Por ela entendo a paixão
que Ele teve por nós, morrendo na cruz.
Ela me salvará, porque o roxo
das flores debruçado na cerca
perdoa a moça do seu feio corpo.
Nela, a Virgem Maria e os santos consentem
no meu caminho apócrifo de entender a palavra
pelo seu reverso, captar a mensagem
pelo arauto, conforme sejam suas mãos e olhos.
Ela me salvará. Não falo aos quatro ventos,
porque temo os doutores, a excomunhão
e o escândalo dos fracos. A Deus não temo.
Que outra coisa ela é senão Sua Face atingida
da brutalidade das coisas?

(Adélia Prado)

Quem, então, me conderá? Pergunto...

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